sábado, 7 de fevereiro de 2009

Rosa


Rosa,
Sois rainha,
Impera diante
De teus espinhos,
Que mesmo assim
Ferem tua dor,Como agulhas
Que perfuram o pano,
Sem dó.
Teu medo,
Te faz irrequieta
Tua aflição
Se torna amiga...
Murchas diante
De lágrimas
Que molham teu ser
Que percorrem-no
Envelhecendo a cada parte.
Sois tua,
Sois minha,
És nossa!
Frágil e sensível .
Aqueles ímpetos,
Rasgam tuas pétalas,
Mas,ao teu querer!
Sois mulher nas tuas madrugadas,
Frias e tenebrosas,
Te fazem em silêncio,
Com fogo,
Com água
Com dor,
E tua alma grita,
Os devassos.
Hoje nem as mais belas primaveras
Exalam seu perfume,
Pois seus espinhos incrédulos,
Sempre voltam a sangrar.

Jamily Ordônio

sábado, 31 de janeiro de 2009

Aquele


Os dias passam,
Os tempos param,
Em momentos
que outrora martirizam.
Aquele nunca verá
A dor da noite,
Este sempre acorda
a dor dos fechados olhos.
Molhada, gelada, escorre,
Queimando a alma,
Como o calor de um dia de chuva.
E o corpo se contorce,
Em árduos incontroláveis.
As mãos se prendem ao chão, que se prende a queda,
As mãos rasgam o que já não se têm.
Aquele se fecha e murcha...
...E seca... E some...
...E se converte em nada.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009


Tento inutilmente fugir das coisas que me rodeiam,assim como tento achar o paraíso de onde ouço palavrórios inalteráveis,a chuva me acompanha nas loucuras distintas de percepção. A beleza das gotas que me molham não permitem entender o porquê destas caírem tão bruscamente, meu barco aprendi a dirigir sozinha sem qualquer colaboração do mar, enclausurado a uma revolta que era constante, numa agonia infundada de me achar nas profundezas do meu avesso remoto, me perdi em meio a tantas águas, em meio a tantas dores e numa demanda de superficialidade espiritual. Isso tudo é engendrado no corpo cogitado e totalmente resolvido a se esquecer sutilmente dentro de uma territorialidade, onde ninguém se nota, onde ninguém se mostra. Assim rumo aquele de onde corriam boatos repentino, eu, tentando renascer no mínimo natural da vida, e meus olhos enxergam a esperança de um encontro que antes morava na minha conjectura abalada e formatada a todo tempo, mas que agora estava tão perto quanto o ar que eu respirava,um encontro que vem do íntimo, entranhado a uma vontade de sentir a brisa, de sentir as plantas, de ver o mundo de outro jeito e começar do zero, como um ser que acaba de nascer.

Jamily Ordônio

Marcas


Estou enferma aos teus afagos,
Estes insensatos e doentes.
Em meu silêncio,te fazer ausente,
Mas,magnata soes dentre meu íntimo,
Minha dor,ecoa no quarto escuro,
Minhas lágrimas,é tua volúpia.
Tuas mãos,Trazem marcas,
Tuas bruscas palavras machucam minha alma.
Meio mulher de mágoas,
Que teu gozo,movo com a carne.
Partes de mim jogadas ao chão,
Como pérolas de pranto,
Pisadas,destroçadas,Sem valor.
A casa que hoje revela
Minha aflição,que chora meu derradeiro,
É a mesma que ontem,
Sorrio comigo,Momentos afortunados.
A cada dia,
Compreendo que
Viestes meu,
Como o beija-flor
E a flor...Ele está ai,sugando toda a sua essência,
Mas a flor,
Se despedaça a
Cada ferida semicerrada.
Jamily Ordônio

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Navegando...


“Acredito que existem palavras, e cada uma delas exige um significado,que juntas ou até mesmo sozinhas, podem dizer muitas coisas... Acredito que os sonhos foram feitos para serem sonhados acordado e não, as alucinações ao dormir, que ao acordar tudo não passa de meras ilusões esquecidas.Acredito que as rosas foram feitas para trazer beleza e ternura,que foram feitas para exalar sua essência pelos becos de uma cidade em preto em branco, e que sua cor traz vida,florescendo a alegria alheia. Acredito que as nuvens são feitas de doces, que ao longo do dia mudam de cor, sendo um paraíso,cheio de formosura.Acredito na arte, que foi feita para traduzir as aberrações do mundo, assim como tudo que há de mais belo,e também expor o que há dentro de um alguém recheado de sentimentos. Acredito na música e na dor e alegria de quem a canta, e que foi feita para aumentar a cultura de um povo, de uma história,de um ser. Acredito na vida, acredito em tudo que ela pode trazer e em tudo que pode existir, acredito no que ainda estar por vir, porque metade de mim é o que fui,sou e a outra metade é a esperança do que ainda serei. Saiba que,cada letra e palavra aqui escrita por mim,são cada lágrima, dor, casa medo,rolado em minha face e que cada uma delas,d iz muito sobre mim, diz muito sobre quem eu visto, quem eu me transformo para expor todas as minhas emoções.

Jamily Ordônio

Sensações



As águas que hoje molham meus pés,

São as mesmas que apagaram meus passos,

E as mesmas que ontem me afogaram num dilúvio

De minhas próprias lágrimas.

Poucas lembranças,Poucos sonhos.

Estava inerte a uma realidade que só eu entendia.

A âncora que me levou ao fundo,foi a mesma

Que me prendeu na perdição,a mesma que cessou

Minhas únicas esperanças.Ninguém para lançar uma mão,

Ninguém para me dar fôlego,e entender

Alguns fatos da história,esta que abarcou

Minha vida,me tirando do centro do enredo.

Dores,tormentos e alucinações,me perduram

Num doce veneno que me mantém vital.

E hoje,estereotipada,diante de olhares que distorcem

O meu reflexo no espelho,que vejo,mas não enxergo

Como deveria,sempre assistir minha vida passar

Diante de mim,como uma novela,uma verdadeira ficção.

E hoje me pergunto: Quem sou eu?

Jamily Ordônio